O período após o verão traz muitos pacientes ao consultório devido a manchas na pele causadas ou agravadas pelo sol. Uma das mais comuns é o melasma.

 Sempre digo aos pacientes que para tratar esse problema é necessário, antes de mais nada, entender o que acontece com a pele. Esse tipo de mancha, uma vez surgido, tenderá a voltar se houver exposição aos fatores desencadeantes.

 Muitos pacientes queixam-se que fizeram tratamento prévio e a mancha, após um período, voltou. Realmente, não existe tratamento definitivo, mas a pele pode ser mantida clara com alguns cuidados. É um problema crônico, como a hipertensão arterial, por exemplo, que, desde que se use a medicação e evite o excesso de sal, mantém-se normal…

 Então eu terei que tratar a pele para sempre? Sim!

 
O benefício do tratamento não é apenas o clareamento, mas também a melhora geral da pele e a prevenção do foto envelhecimento. Gosto de comparar a pele a um jardim, que precisa sempre ser cuidado para permanecer bonito…

Como ocorre?

Ter melasma não é para quem quer, mas para quem pode (como se alguém quisesse!). Isso porque é necessário ter uma predisposição genética (é comum ter outros casos na família). Existe uma maior sensibilidade a fatores hormonais, como gravidez, uso de anticoncepcionais, terapia de reposição hormonal, que estão muito relacionados ao problema, embora haja também homens acometidos. Observamos também outros fatores, como estresse, que podem estar relacionados.

 A mancha é determinada por uma alteração no melanócito, que é a célula que produz a melanina, o pigmento da pele. Nas regiões manchadas, essas células sofreram uma alteração que as fizeram hiperfuncionantes, produzindo mais pigmento, quando estimuladas, do que uma célula normal. Os tratamentos disponíveis atualmente buscam remover o excesso de pigmento e manter essas células inibidas, mas essa tendência de produzir mancha ainda não pode ser corrigida.

 A pele, como todos sabem, tem várias camadas de células. Quanto mais tempo a mancha está na pele, mais profunda ela vai ficando, e mais difícil será removê-la. Às vezes, manchas extensas são clareadas facilmente, por serem superficiais, e outras, mais localizadas, são mais resistentes, devido à profundidade do pigmento.

Sobre o tratamento

Com relação ao tratamento, deve-se evitar uso de produtos ou procedimentos agressivos, pois a irritação da pele também desencadeia piora. A pele com melasma tem que ser respeitada e protegida. A base do tratamento é a proteção solar. Para esses casos, prefiro usar filtros de FPS maior, com maior proteção UVA possível e, de preferência, com cor de base, que também ajuda a proteger da luz visível (incluindo lâmpadas, computadores).

Deve-se evitar a exposição solar, mesmo no corpo, pois o sol no restante da pele também mancha a face, mesmo que esta esteja coberta! Uso de roupas, óculos, chapéu, guarda sol, evitar horários de maior incidência solar, tudo é muito útil.

 Quanto ao uso de medicamentos clareadores, a hidroquinona permanece a droga de escolha, mas atualmente quase não é usada isoladamente, devido a sua maior eficácia e segurança quando usada em associação com outros clareadores e ácidos. Seu uso costuma ser temporário e deve ser prescrito e monitorado por um médico dermatologista.

O tratamento tópico é feito isoladamente ou associado a procedimentos como peelings ou laser, sendo o mais indicado o Q-Swiched fracionado, que consegue atingir as manchas mais profundas, sem agredir a pele.

Também temos associado antioxidantes, que auxiliam muito durante o tratamento e na manutenção. Todos esses cuidados não são uma garantia de melhora total, muito menos definitiva, mas possibilitam uma melhora considerável na qualidade de vida, uma vez que o melasma afeta muito a auto-estima. 

Após o verão ou uma viagem para lugares ensolarados, é bem provável que a pele escureça um pouco, mas como esse pigmento foi produzido recentemente, sua remoção é mais fácil, bastando intensificar o tratamento temporariamente quando necessário.

 

Texto by Silvia Santilli

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